Por que a Geração Z está sendo demitida?

Entendendo os desafios emocionais e profissionais

“A geração que mais busca propósito também enfrenta o maior desafio em encontrar seu lugar no mercado de trabalho.”

 

Nos últimos tempos, as demissões de jovens da Geração Z têm se tornado um tema frequente e preocupante.

O que estaria levando essa geração a enfrentar tantas dificuldades no mercado de trabalho?

Nesta edição, vamos explorar os fatores emocionais e profissionais que estão por trás desse cenário, além de oferecer insights e ferramentas para lidar com os desafios de forma mais consciente e saudável.

 

A BUSCA PELO PROPÓSITO Vs. A REALIDADE DO MERCADO: POR QUE A GERAÇÃO Z ESTÁ TÃO VULNERÁVEL?

A Geração Z cresceu em um mundo hiperconectado, onde o acesso à informação e a comparação constante são inevitáveis. As redes sociais estabeleceram um padrão de sucesso idealizado, criando uma pressão invisível para alcançar resultados rápidos e significativos.

No entanto, o ambiente corporativo muitas vezes não corresponde a essas expectativas, o que gera frustração e uma sensação de inadequação.

Entre os principais desafios enfrentados por essa geração, destacamos:

  • Conflito entre valores pessoais e expectativas corporativas: A Geração Z valoriza propósito e autenticidade, mas muitas vezes encontra ambientes de trabalho que priorizam a produtividade em detrimento do bem-estar.

  • Alta rotatividade e falta de suporte emocional: Muitas empresas ainda não estão preparadas para apoiar o bem-estar emocional dos jovens profissionais, contribuindo para demissões e burnout.

  • Expectativas de crescimento rápido: A ideia de que se deve “chegar lá” rapidamente é intensificada pelas redes sociais, que frequentemente mostram apenas os aspectos mais glamorosos das carreiras alheias, gerando frustração.

  

 

 

ESTUDO DE CASO: A HISTÓRIA DE LUCAS

Lucas (nome fictício), 24 anos, sempre foi considerado um jovem promissor. Recém-formado em Marketing, conseguiu um emprego em uma agência renomada, um lugar que muitos de seus amigos consideravam um “trampolim para o sucesso”. Empolgado com a oportunidade, Lucas se jogou de cabeça, muitas vezes trabalhando até tarde e assumindo projetos extras para impressionar seus superiores. Ele acreditava que seu esforço seria rapidamente recompensado com uma promoção ou reconhecimento público.

No entanto, os meses foram passando e, em vez de elogios, Lucas começou a sentir a pressão de prazos inatingíveis e expectativas pouco claras. A cultura da empresa valorizava uma “alta performance” constante, mas nunca havia uma pausa para discutir o bem-estar emocional dos funcionários. Lucas começou a sentir uma ansiedade crescente, questionando se realmente era bom o suficiente ou se estava “deixando a desejar”.

Depois de um ano de trabalho exaustivo, veio a surpresa: ele foi demitido durante uma onda de cortes na empresa. A justificativa oficial era a “reestruturação de custos”, mas Lucas não pôde deixar de se culpar, pensando que talvez não tivesse se esforçado o suficiente. Esse golpe atingiu não apenas seu lado profissional, mas também sua autoestima. Ele se via como um fracasso, especialmente porque o feed de suas redes sociais estava repleto de colegas que pareciam prosperar em suas carreiras.

Nos meses que se seguiram, Lucas começou a buscar respostas. Ele entrou em contato com um terapeuta para entender os motivos por trás de sua ansiedade e do sentimento de insuficiência. Durante a terapia, percebeu que havia internalizado um ideal irrealista de sucesso – um que exigia ser sempre o melhor e nunca falhar. Aos poucos, ele aprendeu a redefinir o que significava ser bem-sucedido, aceitando que sua jornada não precisava seguir o mesmo ritmo que a de outras pessoas.

Lucas então decidiu focar em projetos que realmente ressoavam com seus valores, buscando trabalhos que proporcionassem não apenas uma boa remuneração, mas também um senso de propósito. Ele ainda luta com as pressões externas, mas agora tem ferramentas emocionais para lidar com essas situações, sem deixar que a comparação e a ansiedade tomem conta.

 

INSIGHTS DA PSICANÁLISE

EXPLICAÇÃO DE CONCEITOS PSICANALÍTICOS

Na psicanálise, o conceito de “ideal do eu” refere-se a uma imagem idealizada que construímos de nós mesmos, moldada não apenas pelos nossos desejos, mas também pelas expectativas da sociedade, da família e dos grupos aos quais pertencemos. Essa imagem ideal funciona como uma meta que tentamos alcançar, muitas vezes sem questionar se ela realmente reflete quem somos ou apenas o que acreditamos que deveríamos ser.

Para a Geração Z, esse “ideal do eu” é frequentemente exacerbado pelas redes sociais, que amplificam a comparação constante e promovem padrões de vida e sucesso muitas vezes irreais.

Essa pressão pode levar a um ciclo de frustração e autocobrança, dificultando a aceitação de quem se é de verdade.

APLICAÇÃO PRÁTICA:

Explorar o próprio Ideal do Eu e reconhecer como ele foi moldado por influências externas pode ajudar a entender melhor as próprias expectativas e a reduzir a autocobrança. A terapia pode ser uma ferramenta poderosa para alinhar os desejos internos com a realidade.

DICAS PRÁTICAS E FERRAMENTAS PARA O DIA A DIA

EXERCÍCIO DE AUTOCONHECIMENTO:

  • Praticar o Journaling Emocional: Reserve alguns minutos por dia para escrever sobre suas emoções. Perguntas como “O que estou sentindo agora?” e “Há algo que desencadeou esse sentimento?” podem ser um bom ponto de partida.

  • Diário de Gratidão: Anote diariamente três coisas pelas quais você é grato.

  • Registro de Triggers Emocionais: Escreva sobre situações que desencadearam emoções fortes e reflita sobre como gerenciá-las.

 

1. O QUE FAZER QUANDO O TRABALHO DEIXA DE TRAZER SATISFAÇÃO?

Resposta:

Quando o trabalho deixa de trazer satisfação, é importante adotar uma abordagem reflexiva para entender o que está acontecendo.

Aqui estão alguns passos para lidar com essa situação:

  •  Reavalie seus objetivos e valores: Pergunte a si mesmo se o que você valoriza na sua vida mudou. Às vezes, o que era importante em um momento da sua carreira pode não ser mais. Considere se o trabalho atual ainda está alinhado com seus valores e objetivos pessoais.

  • Explore os fatores que causam insatisfação: Identifique quais aspectos do trabalho estão contribuindo para a falta de satisfação. São as tarefas do dia a dia, a cultura da empresa, a falta de reconhecimento, ou a ausência de um propósito maior? Entender a causa pode ajudar a direcionar suas ações.

  • Converse com um superior ou mentor: Muitas vezes, o desânimo no trabalho pode ser abordado através de uma conversa franca sobre mudanças possíveis, seja em responsabilidades, projetos ou até mesmo no ambiente de trabalho. Se houver abertura para isso, busque apoio para tornar o trabalho mais alinhado com suas expectativas.

  • Considere o desenvolvimento pessoal: Se a insatisfação se deve a uma sensação de estagnação, investir em cursos ou projetos que promovam o crescimento pessoal e profissional pode ajudar a redescobrir a motivação.

  • Reflita sobre uma possível mudança de carreira: Se os passos acima não resolverem o problema, pode ser o momento de considerar uma transição de carreira. Avalie novas possibilidades que se alinhem com suas paixões e habilidades.

 

2. COMO LIDAR COM A SENSAÇÃO DE FRACASSO APÓS SER DEMITIDO?  

Resposta:

A demissão pode ser um golpe duro, mas não define o seu valor ou suas capacidades.

Veja algumas estratégias para lidar com essa sensação de fracasso:

  • Reconheça e aceite suas emoções: Sentir tristeza, raiva ou vergonha após uma demissão é natural. Permita-se viver essas emoções, mas evite se apegar a elas. Praticar o journaling emocional pode ajudar a processar esses sentimentos e compreender melhor o que está acontecendo internamente.

  • Reinterprete o significado da demissão: Em vez de enxergá-la como um sinal de fracasso pessoal, veja a demissão como uma oportunidade para reavaliar sua trajetória. Ela pode ser o empurrão que faltava para buscar um trabalho mais alinhado com quem você é e o que deseja.

  • Aprenda com a experiência: Reflita sobre o que essa experiência pode ensinar. Existe algo que você faria diferente em situações futuras? Aproveitar os aprendizados pode fortalecer sua resiliência e preparar você para novos desafios.

  • Aprenda com a experiência: Reflita sobre o que essa experiência pode ensinar. Existe algo que você faria diferente em situações futuras? Aproveitar os aprendizados pode fortalecer sua resiliência e preparar você para novos desafios.

  • Busque apoio: Conversar com amigos, familiares ou um terapeuta pode ajudar a aliviar a sensação de isolamento e oferecer novas perspectivas sobre a situação. A terapia, em particular, pode ser útil para trabalhar a autoestima e redefinir objetivos pessoais.

  • Defina novos objetivos: Uma forma eficaz de superar o sentimento de fracasso é estabelecer metas pequenas e alcançáveis para retomar o controle da sua vida. Cada conquista, por menor que seja, ajudará a restaurar a confiança e a motivação.

 

INDICAÇÃO DE LIVRO

 

RESUMO DOS PONTOS PRINCIPAIS:

Nesta edição, exploramos os desafios que a Geração Z enfrenta no mercado de trabalho, especialmente em relação às demissões e às pressões emocionais que surgem com as expectativas de sucesso.

Abordamos como a busca por propósito e autenticidade pode colidir com a realidade corporativa e oferecemos ferramentas práticas para lidar com a ansiedade e redefinir o que significa ser bem-sucedido.

 

CHAMADO PARA AÇÃO:

Se você se identifica com os desafios descritos aqui, considere dedicar um tempo para refletir sobre suas próprias expectativas e valores.

Pergunte-se: “Estou vivendo de acordo com o que realmente importa para mim, ou estou seguindo um caminho ditado por pressões externas?”

Aproveite os exercícios de grounding e journaling emocional que sugerimos para reconectar-se consigo mesmo.

 

 
CHAMADO PARA REFLEXÃO

Convido você a refletir:

1- Como as redes sociais e as comparações constantes têm afetado a forma como você enxerga sua vida profissional?

2- Será que suas expectativas estão sendo influenciadas por padrões irreais?

Tire um momento para pensar sobre o que realmente significa ter sucesso para você – pode ser algo completamente diferente do que é para os outros.

 


CONVITE À INTERAÇÃO

Gostaria de saber sua opinião!

Compartilhe suas histórias e experiências sobre desafios no ambiente de trabalho, ansiedade ou qualquer momento de demissão que tenha enfrentado.

Como você lidou com isso? O que aprendeu?

Envie suas reflexões e perguntas; ficarei felizes em continuar essa conversa com você nas próximas edições.

Seu feedback é fundamental para que possamos tornar este espaço cada vez mais acolhedor e relevante.

 


NOTA DE FECHAMENTO E AGRADECIMENTO

Muito obrigada por estar aqui, refletindo e se aprofundando nas questões que fazem parte do caminho do autoconhecimento.

Não há pressa, não há certo ou errado – apenas a jornada de se conectar consigo mesmo.

Agradeço por dedicar esse tempo a você mesmo e por fazer parte dessa jornada.

Sua presença aqui é valiosa e me inspira a continuar compartilhando conteúdos que promovam o autoconhecimento e o crescimento pessoal.

Se quiser dividir suas impressões ou tem algo que gostaria de ver nas próximas edições, sinta-se à vontade para entrar em contato.

Para entrar em contato comigo ou agendar uma sessão de psicanálise, acesse o link abaixo.

Com carinho,

Vera Ribeiro Psicanalista

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